Nesta data (02/03), em 1996, um acidente com um jatinho causou a morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas, na Serra da Cantareira, em São Paulo.
Com influências de gêneros populares tais como forró, sertanejo, além de heavy metal, rock progressivo, música portuguesa e punk rock, o Mamonas Assassinas foi um fenômeno musical, mesmo com a curta trajetória.
Com Dinho (Alecsander Alves) como vocalista, Bento Hinoto (Alberto Hinoto) na guitarra, violão e vocal de apoio, Júlio Rasec (Júlio César) nos teclados e vocal de apoio, Samuel Reoli (Samuel Reis de Oliveira) no baixo e vocal de apoio, e Sérgio Reoli (Sérgio Reis de Oliveira) na bateria, a banda gravou apenas um único álbum de estúdio "Mamonas Assassinas", que vendeu mais de um milhão de cópias no Brasil, sendo certificado com Disco de Diamante em 1995, comprovados pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Disco).
Hoje, acredita-se que esse álbum já passou da casa dois 2,5 milhões de cópias vendidas.
Tudo começou em março de 1989, quando Sérgio Reoli, ao ir trabalhar na Olivetti, conheceu Maurício Hinoto, irmão de Bento. Ao saber que Sérgio era baterista, Maurício decide apresentar o irmão, que toca guitarra. A partir daí, Sérgio conhece Bento e decidem criar uma banda.
Na época, Samuel Reoli, irmão de Sérgio, não era "ligado" na música, preferia desenhar aviões. Mas, acabou se envolvendo com a música e começou a tocar baixo. Sérgio, Samuel e Bento, então, formaram uma banda de rock chamada "Utopia", especializada em covers de grupos como Legião Urbana, Titãs e Rush.
Em um show, o público pediu para tocarem uma música dos Guns N' Roses, e como não sabiam a letra, pediram a um membro da platéia presente para ajudá-los. Dinho voluntariou-se para cantar, em meio a vaias e com sua performance escrachada fez o público rir, sendo aceito no grupo. Júlio Rasec, por intermédio do vocalista Dinho, foi o último a entrar em Utopia.
O Utopia passou a apresentar-se na periferia de São Paulo e lançou um disco que vendeu menos de 100 cópias. Aos poucos, os integrantes começaram a perceber que as palhaçadas e músicas de paródia eram mais bem recebidas pelo público do que os covers e as músicas sérias. Começaram introduzindo algumas parodias musicais, com receio da aceitação do público.
Através de um show em uma boate em Guarulhos, conheceram o produtor Rick Bonadio. Decidiram, então, mudar o perfil da banda, a começar pelo nome, "Mamonas Assassinas do Espaço", criado por Samuel Reoli e reduzido para "Mamonas Assassinas".
Mandaram uma fita demo com as músicas "Pelados em Santos", "Robocop Gay" e "Jumento Celestino" para 3 gravadoras, entre elas a Sony Music e a EMI. Rafael Ramos, amigo da banda, baterista da banda Baba Cósmica e filho do diretor artístico da EMI, João Augusto Soares, insistiu na contratação. Após assistir uma apresentação do grupo em 28 de abril de 1995, João Augusto resolveu assinar contrato com os Mamonas.
Em 05 de maio de 1995, a convite da EMI, fui a um jantar-showcase, em São Paulo, onde os Mamonas Assassinas, juntamente com outros novos artístas seriam apresentados aos críticos de música, diretores musicais de rádio e TV, e imprensa especializada. Lá conheci os garotos (o primeiro encontro dos muitos que viriam). Simpáticos e muuuuuuuuuuuuuuito comunicativos, me surpreenderam com o estilo irreverente e debochado, mas também pela qualidade musical (todos tocavam muito bem). Depois desta apresentação, tinha certeza que eles fariam sucesso. E isso realmente se deu.
Após gravar um disco produzido por Rick Bonadio (apelidado pela banda de Creuzebek), os Mamonas saíram em imensa turnê, apresentando-se em programas como Jô Soares Onze e Meia, Domingão do Faustão, Xuxa Park, Domingo Legal e tocando cerca de 8 vezes por semana, com apresentações em 25 dos 27 estados brasileiros e ocasionais dois shows por dia.
O cachê dos Mamonas tornou-se um dos mais caros do país, R$50 à 70 mil, e a EMI faturou cerca de R$80 milhões com a banda. Em certo período, a banda vendia 100 mil cópias a cada dois dias.
Os Mamonas preparavam uma carreira internacional, com partida para Portugal preparada para 03 de março de 1996. Porém em 02 de março, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, prefixo LR-25D - PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremeter vôo, matando todos que estavam no avião.
O enterro, no dia 04 de março, foi acompanhado por mais de 65 mil fãs.
As músicas "1406" (Dinho, Júlio); "Vira-Vira" (Dinho, Júlio); "Pelados em Santos" (Dinho); "Chopis Centis" (Dinho, Júlio); "Jumento Celestino" (Bento, Dinho); "Sabão Crá-Crá" (Folclore); "Uma Arlinda Mulher" (Bento, Dinho); "Cabeça de Bagre II" (Bento, Dinho, Júlio, Samuel, Sérgio); "Mundo Animal" (Dinho); "Robocop Gay" (Dinho, Júlio); "Bois Don't Cry" (Dinho); "Débil Metal" (Dinho, Bento, Júlio, Samuel, Sérgio); "Sábado de Sol" (Felipe, Pedro Knoedt, Rafael Ramos); e "Lá Vem o Alemão" (Dinho, Júlio), fizeram e ainda fazem a alegria de muita gente que curtiu e curte esses eternos meninos.
"Pelados em Santos" esta entre as minhas preferidas, e foi a que eu escolhi para postar
aqui.
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