domingo, 3 de abril de 2011

As Frenéticas - Somos as tais Frenéticas




Na última sexta-feira (01/04), TV Globo fez uma homenagem ao grupo "As Frenéticas", no programa "Por toda a minha Vida"... Foi tão legal rever o grupo que foi responsável por algumas das minhas trilhas sonoras, num momento intenso e muito feliz da minha vida, que resolvi postar aqui um pouco destas loucas e maravilhosas meninas, que fizeram a diferença num período complicadamente difícil no cenário político brasileiro.

Em 5 de agosto de 1976, o compositor e produtor musical Nelson Motta inaugurou num shopping no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, a discoteca Frenetic Dancing Days, que se tornou a febre das noites cariocas.

Para servir as poucas mesas no espaço ocupado por uma enorme pista de dança, Motta teve a idéia de contratar garçonetes que, vestidas de malhas colantes, com saltos altíssimos e maquiagem carregada, fariam o atendimento, mas com uma inovação: no meio da noite, subiriam de surpresa ao palco, cantariam três ou quatro músicas, antes de voltar a servir.

Sandra Pêra, que era cunhada de Motta, casado com sua irmã, a atriz Marília Pêra, se interessou pela colocação e trouxe para o grupo as amigas Regina Chaves, Leiloca e Lidoka, que fizeram parte do conjunto Dzi Croquettes (maravilhosos!...), e a cantora Dulcilene de Morais, a Nega Dudu.
Completou o sexteto, indicada pelo DJ da discoteca, a mulata Edir de Castro, que tinha participado do elenco do musical Hair. Foi selecionado um repertório de cinco músicas e o grupo ensaiou com o músico Roberto de Carvalho, que então começava a namorar a roqueira Rita Lee.

Mas o sucesso das Frenéticas, como foram chamadas para associá-las ao nome da discoteca, foi tão grande, que milhares de freqüentadores entusiasmados exigiam que elas cantassem cada vez mais. Passaram a fazer shows de mais de uma hora e deixaram de ser garçonetes.

O público foi capturado por uma combinação inusitada de humor picante, erotismo nas roupas e na letra das músicas, ritmo contagiante e uma performance esfuziante no palco. No seu primeiro sucesso, Perigosa, o refrão "dentro de mim" repetido inúmeras vezes entre gemidos lúbricos e gritinhos histéricos, deu o tom de suas apresentações.

Com o fechamento da Frenetic Dancing Days, passaram a apresentar-se no Teatro Rival, atraindo um público mais diversificado. As Frenéticas foram as primeiras contratadas da gravadora Warner, que recém se instalava no Brasil. O primeiro compacto, "A felicidade bate a sua porta" de Gonzaguinha ,foi muito executado nas rádios. Em seguida, o primeiro LP "Frenéticas" vendeu 150 mil cópias rapidamente e recebeu um Disco de Ouro.

No final dos anos 70 conseguiram o feito inédito de emplacar o tema de abertura de duas novelas da Rede Globo, Dancin' Days e Feijão Maravilha. Depois vieram mais três discos pela Warner.
Em 1982, Sandra Pêra e Regina Chaves saem do grupo e o quarteto remanescente assina contrato com a gravadora Top Tape. Mas o único álbum lançado por este selo não fez sucesso e o grupo se desfez em 1984.

No entanto, o sexteto voltou a se reunir em 1992 para gravar o tema de abertura da novela Perigosas Peruas, da Rede Globo, e duas músicas inéditas para uma coletânea de seus sucessos lançada em CD. Até então, a discografia do grupo era constituída apenas de LPs de vinil. Outra coletânea em CD foi lançada em 1999.

Por iniciativa de Lidoka, as Frenéticas voltaram em 1998 com nova formação. Do grupo original ficaram Lidoka, Edir e Dulcilene com uma particularidade: as três, aconselhadas por uma numeróloga, mudaram seus nomes artísticos respectivamente para Lidia Lagys, Edyr Duqui e Dhu Moraes.

As demais integrantes do grupo original não quiseram retornar, preferindo continuar nas atividades que ainda em 2006 exercem: Regina, como produtora do humorista Chico Anysio; Leiloca como astróloga e atriz; Sandra, como diretora de teatro. As vagas foram preenchidas por Gabriela Pinheiro, Cláudia Borioni e Liane Maya.

Ao recusar o convite, Leiloca deixou registradas em seu sítio na Internet suas razôes: ela só participaria desta volta frenética, se houvesse uma infra-estrutura à altura : um show com um diretor bacana; um patrocinador; assessoria de imprensa; enfim , o básico.

As razões de Leiloca parecem ter se confirmado, o retorno das Frenéticas passou quase despercebido do grande público. Seu único disco gravado até agora só foi lançado três anos depois do retorno e não fez sucesso. Os fãs continuam preferindo suas músicas antigas. Para sobreviver, Edyr e Dhu têm que manter paralelamente suas carreiras como atrizes.na TV.

Edyr atuou em novelas e viveu a escrava alforriada Ruth em Sinhá Moça. Dhu foi a Tia Nastácia do Sítio do Picapau Amarelo dos anos 2000. Em julho de 2006, para comemorar os 30 anos das Frenéticas, o grupo se apresentou em São Paulo junto com o grupo franco-americano Santa Esmeralda, responsável pelo grande sucesso "Don't Let Me Be Misunderstood".

7 comentários:

  1. O que eu não daria pra ter vivido essa época? Adoooooro!

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  2. Eu realmente sou suspeito ao me referir há essa época... Os anos setenta na minha vida foram extremamente marcantes... Apesar de ter apenas 12 anos de idade, quando As Frenéticas apareceram, vive muita coisa precocemente... Comecei a frenquentar bailinhos (e me enlouquecia dançando), ingressei no mercado de trabalho como office-boy na redação da revista Nova (Editora Abril), e tive minha primeira transa com uma mulher mais velha (e não foi em nenhuma casa de tolerância...rsrs)... Daí pra frente, mesmo com toda repressão militar e censura da época, o mundo ficou pequeno...hahaha

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  3. Gente!!!!! Eu falo: minha geração anos 80 é um porre!!Por isso eu curto gente mais velha q eu!! Tá tá...não foi uma indireta,tio!! hahahahaha

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  4. Realmente anos 70....foi muito marcante...não sei quantos anos vc tem, mas somo dois
    então Titios....rsrsrs.
    Frenéticas por onde passavam, simplesmente contagiavam....e na época então da novela Dancing Days....eu usava até aquelas meias coloridas, com sandália transparentes para ir a Discoteca (hoje as famosas baladas).

    beijos, bom feriadão.

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  5. Oi Luuuu... Eu completo 46 anos no próximo mês de julho... E sem dúvida guardo muuuuitas lembranças gostosas do período em que comecei a freqüentar bailes e discotecas... Fiquei alucinado ao ver o filme "Os Embalos de Sábado a Noite", e virei fã de John Travolta... Treinava os passos com amigos... Montei equipe de som pra animar festas do bairro... Não posso negar vivi intensamente essa época... Pelo jeito temos boas histórias pra trocar a esse respeito, Lu...rsrsrs... Só precisa marcar!...rsrs... Mais uma vez, um feriadão maravilhoso pra você... Bjão, =)

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  6. Marcaremos sim...vivemos então a mesma época...eu sou apenas um ano mais nova que vc.

    beijos!!!

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